E ser a corda bamba entre a vida e o suicídio. A pele, o frio, o toque, o arrepio. O lixo, o sujo, o escondido. O buraco no meio da rua, ou dentro do peito. Não vejo saída. Eu sou o meu próprio inferno, meu próprio problema, meu erro mais temido. Não vejo saída. E louca, não enlouqueço.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Com gosto de sangue, sente a minha dor. Engole nosso amor.
Enquanto teus olhos brilham em direção aos meus no escuro, eu juro pra mim não saber quem sou. Me busco em todos os cantos, e olho pro céu procurando entender a vontade brusca que eu tenho de morder teus lábios, arrancá-los e carregar eles a todo lugar que eu vou junto de mim.
Eu tento me explicar, mas tuas mãos me tocam e a minha tristeza enaltece. Procuro de tantas maneiras, querendo um só jeito pra te dizer que o que eu quero mesmo é sentir o teu sangue pulsando, e a tua pele contra a minha. Eu tremo na base. Eu sigo seus passos, mas eu quase nunca sei te falar sobre amor.
Amor é complicado pra mim, sempre foi, e você sempre soube. Eu sinto medo de você ter se acostumado com a minha frieza, sinto medo de você me conhecer mais do que a minha própria alma, e sinto medo de que você saiba que essa fantasia toda não passa de um pedido, uma súplica pra que teus braços envolvam meu corpo pra me manter perto de ti, e pra que tuas unhas me rasguem.
Rasga meu coração, amor. Me machuca, que dor nenhuma e toda dor me mostra que tudo o que consigo sentir é só quando tô com você. As ruas cheias e minha alma vazia e cansada de estar te amando desse jeito. Desse jeito que me puxa, me massacra, me mata. Mas me ganha, me tem.
Eu nunca soube te definir de outra forma que não matador de mim. Porque você me destrói com toda a sua esperança, você me cega com toda a sua fé em mim, e me devasta com a tua voz. Enquanto eu, bruta flor, gelo inútil, congelado, só seguro a tua mão e me escondo sabendo que mesmo assim você me descobre.
Perdoa se eu te quero te tantas formas violentas. Perdoa se eu não consigo viver sem a escuridão que a gente criou, e que define tudo o que somos. Perdoa se eu te violo com a minha solidão e a minha carência em excesso, perdoa se eu te constranjo com a minha sensibilidade perdida que só aparece quando a tua respiração acompanha o mesmo ritmo que a minha.
Quero profanar a tua alma de inquietação quente, infringir as leis do amor e mostrar que o que eu quero com você é mais do que isso. Eu quero ser a tua alma. O teu segredo. O teu mundo. A tua morte.
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