quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Can you make it feel like home?

A maior parte do tempo lembro das coisas que faço como se não tivesse sido realmente eu a fazer.
Quem chora sou eu. Quem reprime o vômito da verdade sou eu. Quem engole a dor do que sente sou eu.
Escuto e aceito tanta coisa calada que se as pessoas soubessem a vontade de gritar, entenderiam o meu limite. Mas eu quis aprender...
Quis aprender a ficar e ninguém se comprometeu. Quis gritar um silêncio pro mundo, e ninguém me entendeu. Nunca aprendi a me bastar. O mundo é o meu inferno.
Olhar os rostos de todo dia, enquanto em mim todo dia é um demônio diferente. Eu temo acordar e não sentir mais a minha carne ardendo, temo abrir os olhos e enxergar outra pessoa sendo o que eu quero ser. Eu nunca cheguei a me aceitar como sou, e isso dói.
As pílulas pararam de fazer efeito. I'm sorry. O céu tá caindo na minha cabeça. Eu não sirvo pra ser a estrela da galáxia, mesmo sendo. Eu não sirvo pra entender as vozes dos anjos, mas eles falam comigo. Eu não sirvo pra ser insana, mas eu sou.
A minha solidão se contenta com si, e eu não quero que me façam companhia. É o que ninguém entende em mim, eu não quero que toquem na minha ferida. Eu não quero que me enxerguem, mas enquanto eu penso isso, tem olhos que me observam o tempo inteiro.
Nunca servi pra fazer promessas, e não quero abrir a página do meu livro. Eu tenho medo do que eu sou, tenho medo e não gosto. Tenho a batalha toda dentro de mim, mas minhas mãos só se concentram na batalha de fora.
Não adiantar mudar o som do rádio, não adianta mudar minhas roupas. A doença sou eu, eu sou o meu próprio câncer. Deixa eu me amaldiçoar em paz.
Não importa a droga, não importa os cuidados. Não importa o hospital.
A culpa é da minha alma.
Eu nasci, enquanto a minha alma nunca sequer esteve viva.