quinta-feira, 6 de junho de 2013

Por nunca demonstrar que eu também tenho medo.

Você pode me perdoar por isso? Eu juro que não sou tão insensível assim quanto você diz. Eu juro que também tenho vontade de desistir de tudo. E agora que você sabe…
Será que você consegue enxergar a minha tristeza escondida nessa lágrima que eu insisto em guardar no canto dos meus olhos? Será que você pode sentir a minha mão tremer de saber que você está perto? A tua insegurança me mata, me quebra.
E eu ainda tenho medo. De te dizer qualquer coisa que por você seja considerado como o nosso fim apesar de já ter ouvido essas coisas de você mais de um milhão de vezes. Enquanto eu insisto em ficar, insisto em te pedir uma chance, teus olhos correm até a minha boca como quem tem pavor de me machucar só de me tocar. Ah, se tu soubesse, que a minha pele abre e sangra de saber que teus toques nunca vão chegar sequer a ponta dos meus dedos sempre gélidos dos quais você sempre reclama dizendo que é por aqui que a minha morte começa.
Eu perdi todas as minhas cores, e tô me tornando meio preto, branco e a única que eu vejo de diferente é o cinza da camisa que você deixou esquecida por aqui com teu cheiro e nunca sequer lembrou de me pedir.
E eu lembro que você nunca me pede nada, porque pedir demais é rasgar a certeza de eu ainda te negar quando minha raiva sobe e eu tento te socar mil vezes, rasgar as tuas costas com minhas unhas do mesmo jeito que você faz com meu coração quando deixa esse silêncio permanecer entre nós. Tento mastigar os teus lábios quentes pra saber se ainda consigo voltar a ter algum pingo de poesia em mim sabendo que o sangue que sai deles é da cor do sol que faz meus olhos queimarem pela manhã.
Não insisto em sair dessa casa, apesar de já ter aberto a porta várias vezes e te visto correr pra fora dela. E eu te olho pela janela jurando que nunca mais vou te ver, enquanto a minha alma chora aqui dentro jurando que eu nunca vou te esquecer. perdoa se eu agora pareço frágil demais, mas eu sempre me sinto como um caco de vidro em tuas mãos, te pedindo sempre pra não fechá-las, porque eu machuco, mas também tenho o medo maior de que você me solte e que eu caia no chão me despedaçando em pedaços tão pequenos quanto os teus olhos quando você tenta sorrir.
Perdoa por não te pedir nunca ajuda, e nunca te pedir pra me salvar, apesar de que você sempre soube que eu não tenho mais salvação, e que desde que você entrou por essa porta pela primeira vez, eu me escondo nos cantos das casas, atrás das paredes pra não deixar que os teus nós me prendam e me envolvam a ponto de eu derreter e te ver saindo de novo por não ter mais como me ver voltar.
O nosso amor machuca.
Mais em mim do que em você.
E eu gosto.

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